quinta-feira, 23 de abril de 2015

São cinco da tarde... A rapariga sempre stressada e com pressa para tudo hoje vagueava pelas ruas da baixa de Lisboa a ver montras e a desencontrar-se com estranhos. 
Eram cinco... E ela sem pressa para chegar a casa, de lidar com a roupa e com a loiça ainda da noite anterior. Ia de fones nos ouvidos, mas sem dar qualquer tipo de atenção à música que tocava... Estava preocupada em sentir os cheiros... O cheiro da rua... O cheiro das pessoas que entreolhava... O cheiro de Lisboa... 
No Rossio depara-se com jovens estudantes a serem praxados... O sorriso nos lábios é notório, a nostalgia tomou conta dela naquele instante em que o olhar não desviava da mancha negra que se reunia à volta das "criaturas" imundas. Foram bons tempos, passaram rápido é verdade, a rapariga que ao longo de três anos viu passar a vida entre os dedos. É tudo tão rápido sabem? Num momento temos 18 anos, uma juventude pela frente, um montão de amizades para fazer, um ciclo de amigos que julgamos serem para a vida... E fazemos figas para que sejam. 
Seguiu o seu rumo... Rumo? Nem sequer sabia para onde queria ir, onde devia estar... Seguiu simplesmente o caminho de quem se quer reencontrar. 
Soltaram-se desabafos entre ela e o Tejo... Desabafos... Entre discursos pensados, palavras soltas, pensamentos perdidos... Soltaram-se lágrimas... 
Os "ses" e incertezas presos naquela cabeça rapidamente se difundiram com as demais mágoas que o Tejo guarda para si. 
Só perguntava a si mesma se era feliz... Repetiu demasiadas vezes até ficar segura da resposta... 
Acho que nem é a felicidade que a incomoda porque todos nós podemos ter rasgos de felicidade ao longo da vida, mas sim o querer estar apaixonada como nos filmes de Nicholas Sparks e de toda aquela lamechice que detesta mas de que sente falta. 

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