terça-feira, 6 de outubro de 2015

Ao meu primeiro grande amor...

Fomos derrotados pela flor da idade, não sabia que a adolescência nos fazia viver momentos tão intensos, tão amargos, tão alucinantes,tão repentinos...
Repentina...repentina  foi a forma como te deixei ir...já viste a merda que fiz? queria poder dizer-te tudo, queria poder voltar a ver-te, queria poder falar contigo, saber como estás, ver naquilo que te tornaste, sempre foste um bom rapaz sabes? sempre fomos tão diferentes e completava-mo-nos tão bem. Queria poder ter-te agarrado uma última vez, antes de te ter deixado ir. Lamentável a minha última figura a ver-te partir. Aquele sofá nunca guardou tantas lágrimas e mágoas como nesse dia. Estas paredes nunca ouviram tantos gritos de raiva e de dor, esta cama nunca esteve tão vazia e os meus olhos...os meus olhos nunca estiveram tão apagados.
Tu foste...levaste contigo toda a nossa história, não a quiseste partilhar com mais ninguém, sou apenas uma gaveta fechada no teu passado que tu não queres nem tencionas abrir por muito que esforce essa fechadura vai ficar firme.
Como é que ficamos? como é que ficaste? quem é a parva que pensa que depois de um amor fica uma amizade? eu queria e tu? impossível eu sei... não dá para olhar apenas para os lábios que eram nossos sem os beijar...não dá para ouvir as tuas lamurias sobre outras raparigas para  ocupar o meu lugar, não dá para ver esses braços sempre tão tensos, aqueles que me abraçavam sabes? que me faziam acreditar que iria tudo ficar bem e que estariam sempre ali para me proteger.
Eu mudei. Tu mudaste. Nós mudamos. Eu cresci. Tu cresceste. Nós crescemos.
Sabes...acho que vivemos a nossa história no tempo errado...na altura errada...de forma errada.
Como é que uma história acaba assim? o destino é uma merda sabes? por mais quanto tempo vou pedir-lhe para que nos cruzemos de novo? para mostrar que és o que quero...hoje e sempre...que não quero mais que vás a não ser que seja comigo.
É tarde não é? já posso deixar cair esta esperança? já posso seguir em frente e saber que nunca mais vou olhar para trás? fizeste parte do meu passado, porque não podes fazer no futuro? diz-me porquê? porque não apareces? porque não posso voltar a ver esse sorriso, essas parvoíces que tanto me fizeram rir?
Foste o meu primeiro grande amor sabias? desta não devias saber, nunca te disse...passei a minha adolescência toda contigo e se queres que te diga não me arrependo de cada porcaria que fizemos. Temos tantas histórias para contar...pena que já não seja em conjunto.
Posso rasgar as tuas fotos? fingir que nunca exististe? que nunca existimos? posso desejar voltar a ser amada tanto como fui por ti? posso ter-te a meu lado? fazíamos uma dupla imbatível sabias?
Precisava de abrir a mente, de expandir os meus horizontes para perceber que sempre estiveste ali...
Hoje estou sentada sozinha num bar...a brindar a nós...a ti...ao meu primeiro grande amor. 
Obrigada por teres existido.
Tenho saudades,
Voltas?

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