segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Enquanto o comboio não chegava...Ela sentou-se no banco da estação, acendeu um cigarro e começou a folhear um livro que trazia na sua mala. Estava com um ar cansado e triste, estava como o tempo, chuvoso e vazio.No último bafo do seu cigarro, lembra-se de como foi a sua última vez. A última vez que foi desejada, a última vez que foi amada, a última vez que a acariciaram sem ela ter dado nada em troca. Era feliz com a vida que levava, afinal para ela não existia destino apenas escolhas.Escolheu ficar só. Ao menos não se magoava, não dependia das emoções de ninguém e o que fazia era só para o seu próprio agrado. De vez em quando tinha recaídas é verdade, apesar de conformada pela sua vasta solidão às vezes queria que alguém pegasse nela e a trouxesse outra vez à vida.Afinal não fazia mal pensar que tudo podia ser diferente, se ela se entregasse mais...se se mostrasse mais...Não era exibicionista é verdade e o pouco que dava a conhecer eram como meras conversas de café. Resguardava-se não porque tivesse algo comprometedor mas não sabia entregar-se.

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